segunda-feira, 27 de outubro de 2008

ઇઉ Com o jeitinho de Minas ઇઉ

Dupla mineira Victor & Leo lança terceiro CD, ‘Borboletas’, e aposta na personalidade para manter sucesso conquistado


Recentemente, a dupla mineira Victor & Leo fez sua estréia em estúdio.

Parece contra-senso falar isso dos irmãos, com dois álbuns ao vivo, DVD pra lá de elogiado, músicas sempre entre as mais tocadas nas rádios, agenda de shows lotada, sucesso no Brasil e no exterior (eu conto essa história mais pra frente, ok?).

Mas acredite: esse momento era esperado, e muito, pela dupla. “Fazia tempo que esperávamos uma oportunidade para trabalhar um álbum de estúdio. Esses últimos anos foram de muito aprendizado, estamos mais maduros, com mais bagagem”, explica Leo, por telefone, ao BOM DIA.

E eles não perderam tempo: resolveram apostar, nos três meses de gravação de “Borboletas”, terceiro disco dos irmãos, em aspectos que os diferenciam das demais duplas sertanejas brasileiras – espécie em “expansão” no país. “Optamos por um CD totalmente autoral [as letras são de Victor] e por um repertório variado de ritmos. Além disso, cuidamos da direção musical”, revela.

Mensagem
O que não muda para Victor & Leo é a preocupação quase que obsessiva em passar mensagens positiva com suas canções. “Em nossos shows, encontramos crianças, jovens, adultos, até idosos. Temos uma responsabilidade ao levar nossa música a essas pessoas”, afirma Leo.

“Queremos que o público sinta as canções, pois é assim que a música funciona tanto para mim quanto para Victor. A música não é um negócio pra gente: é uma maneira de crescer e evoluir”, completa.

Um rápido passeio pelas letras de “Borboletas” confirma esse objetivo da dupla – difícil encontrar as tão comuns letras de um amor tão meloso, com duplo sentido ou até mesmo mais “safadinhas”, recurso (exaustivamente) utilizado principalmente entre os sertanejos mais recentes.

Aliás, falando em sertanejo, os irmãos (que fizeram questão de estudar canto antes de se lançar no mundo da música) não se prendem ao tradicionalismo do estilo. Com influências que vão de Eric Clapton a Alceu Valença, a dupla flerta com o pop (principalmente nos arranjos) em todas as canções do novo álbum.

Internacional
A fórmula Victor & Leo de emocionar as pessoas tem funcionado muito bem, obrigado – e a prova disso está tanto em terras brasileiras quanto gringas.

Ano passado, a dupla recebeu o convite da Sony latina para lançar um álbum para o mercado latino-americano – mais do que uma oportunidade, um desafio. “Não falávamos uma palavra em espanhol [risos]. Resolvemos aceitar e fizemos um intensivão da língua na estrada mesmo, entre os shows e os compromissos. Foi difícil, principalmente na hora de levar nossa interpretação na hora de cantar a letra, mas tudo deu certo no final”, conta Leo.

E deu mesmo: CD gravado, música (“Nada es Normal”) sucesso no YouTube, divulgação no México há um mês e agenda reservada para Estados Unidos, Cuba, Chile, Colômbia e Argentina para 2009.

Mas nada de pânico, fãs brasileiras: afinal, até música (“Tem que Ser Você”) na novela “A Favorita”, da TV TEM, a dupla emplacou. “É fantástico. Ter uma canção na novela significa mais gente em contato com nosso trabalho. Só temos que agradecer”, diz Leo, com uma alegria mineira inconfundível.
Álbum abandona o estereótipo da música sertaneja
Serei sincero: sertanejo não é meu gênero preferido – mas ouvi muito dele na minha terra natal, Descalvado (sim, Des-cal-va-do, interior de São Paulo), por causa dos meus pais.

Essa “experiência” até me deixa à vontade para dizer: a dupla Victor & Leo faz, sim, um sertanejo diferente. E melhor.

Primeiro, porque as músicas têm por base o violão de Victor – já na faixa-título, “Borboletas”, é possível ouvir isso. Segundo, pelas letras, que fogem do tradicional dor-de-cotovelo, amo-você-do-fundo-do-meu-coração ou pula-feito-boi-de-rodeio (“Sem Trânsito, Sem Avião” é belo exemplo). Terceiro, pelas melodias, que valorizam os instrumentos (“Timidez”, por exemplo, apresenta o acordeom).

Se os mineiros (sim, mi-nei-ros) não reiventam a roda do estilo, ao menos, não pecam pelo principal erro das duplas: contentar-se em ser mera cópia.



Por: THIAGO ROQUE
FONTE:WWW.REDEBOMDIA.COM.BR
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